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Galo da Serra

Galo da Serra

29-06-2021

(Rupicola rupícola) vive nas florestas escarpadas entrecortadas por igarapés e pequenos cursos d´água das montanhas do extremo Norte do Brasil, nos Estados do AmazonasParáRoraima. É uma ave grande de até 28 cm de comprimento, com dimorfismo sexual pronunciado, sendo que os machos possuem exuberante plumagem a laranjada e uma proeminente crista em forma de meia-lua que cobre o bico, enquanto as fêmeas, possuem somente plumagem marrom-escura com crista discreta.

 

O ritual do acasalamento é espetacular. Na época do cio os machos se agrupam para competir no chão em arenas individuais destinadas aos cortejos, formadas por pequenas clareiras abertas por cada um deles durante shows individuais, que não ocorrem simultaneamente, mas seguem uma hierarquia de passagem, de forma que não ocorre exibições de vários machos ao mesmo tempo. As fêmeas fazem aparições relâmpagos e a presença delas determina o ritmo de atividade dos machos. O macho que se apresenta, salta alternadamente em círculo, em sentido horário emitindo fortes chamados e exibe as penas e as filigranas da cauda para a fêmea que o assiste. A fêmea que se deixa "impressionar" por um macho, desce rapidamente até a clareira e é copulada por ele em fração de segundos. Os machos, que são polígamos, nem sempre obtém de uma fêmea o sucesso almejado.

 

A fêmea bota um a dois ovos brancos com pintas marrons. O ninho em forma de tigela é feito de lama, gravetos, fibras vegetais e resina vegetal, instalado em fendas úmidas de penhascos rochosos e entradas de grutas, geralmente localizados próximo a um curso d'água. O macho não tem participação na construção do ninho, na incubação dos ovos e nem na alimentação da prole.

Sua dieta é principalmente a base de frutas e com isso desempenha um papel importante na dispersão das sementes de várias espécies de árvores florestais, principalmente nos locais onde são feitos os cortejos pré-nupciais e nos ninhos. Além de frutos, a dieta inclui insetos e pequenos vertebrados, principalmente na alimentação dos filhotes no ninho.

 

Os predadores naturais do galo-da-serra incluem: gavião-de-penacho (Spitzaetus ornatus), uiraçu-falso (Morphnus guianensis), gavião-branco (Leucopternis albicollis), gavião-preto (Buteogallus urubitinga), gavião-bambachinha-grande (Accipiter bicolor), gavião-relógio (Micrastur semitorquatus), onça-pintada (Panthera onca), puma ou suçuarana (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis) e a jiboia-constritora (Boa constrictor). Os galos-da-serra constituem alvos fáceis de predadores terrestres quando estão no solo da mata, cortejando fêmeas e predadores aéreos como os gaviões costumam atacá-los nas imediações das arenas.

Apesar de ser comum encontrá-lo na região em que habita e ser apreciado por colecionadores de pássaros de gaiolas, o galo-da-serra é avaliado como "Pouco Preocupante" na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN.

Foto: Galo da Serra – (Rupicola rupícola) Junior Girotto - CC BY-SA 4.0 - Wikimedia Commons

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