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Cachoeira do Aracá

Cachoeira do Aracá

22-06-2021

A cachoeira do Aracá no rio Aracá, maior queda d'água do Brasil, despenca 353 metros de altura em meio às montanhas do Amazonas. Está localizada no Parque Estadual Serra do Aracá, a 211 km em linha reta de Barcelos, sede do município, no extremo norte do estado do Amazonas (região Norte do Brasil) na fronteira com a Venezuela e divisa com o estado de Roraima. O Parque Estadual Serra do Aracá, criado em 1990, ocupa uma área de 1.818.700 ha (18.187 km²), ou seja 15 % da área do município de Barcelos (segundo maior município do Brasil). A área do parque equivale à cerca de 20 % do território nacional de Portugal e 42 % do estado do Rio de Janeiro.

 

O acesso ao local é bastante difícil e só é possível em parte do ano, de abril a setembro, no período das chuvas, quando o Rio Negro é navegável. O percurso de 534 km de Manaus a Barcelos inclui três opções: O barco regional, também conhecido como “Recreio”, faz o trajeto em aproximadamente 32 horas de viagem, passando pelas belezas amazônicas do Arquipélago de Anavilhanas e do Arquipélago de Mariuá. Já o barco expresso, conhecido como Jato, leva 12 horas para fazer o percurso e todos vão sentados, assim como num ônibus. Dá também para chegar voando, com a MAP Linhas Aéreas, que desde 2015 realiza o trecho Manaus-Barcelos em aeronaves pequenas, com capacidade para 66 e 44 passageiros. Para desbravar o parque os percursos são feitos basicamente por trilhas de difícil acesso ou voadeiras, pequenas lanchas de popa, onipresentes no norte do Brasil, subindo o rio Cuieiras, afluente do rio Aracá. Outra opção é fretar um hidroavião. Para subir do sopé da serra ao topo, só há duas opções: helicóptero (45 minutos) ou a pé (4 a 5 dias). São 700 quilômetros de barco grande a partir de Novo Airão, mais 70 quilômetros de voadeira e 12 mais quilômetros de caminhada. Ao todo, somando as paradas e os acampamentos, a expedição toma 12 dias. É obrigatório estar inserido num grupo de expedição, seguindo a regulamentação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e estar ciente de que a visitação é totalmente por conta própria, já que não há infraestrutura turística no local e só poucas agências turísticas fazem passeios a preços elevados por causa da logística complicada.

 

A região, ainda pouco explorada e principalmente alvo de expedições científicas, é caracterizada pelos tepuis, montanhas acima de 2.000 metros de altitude em forma de mesas, como a própria Serra do Aracá, formada pelo resíduo geológico do famoso Monte Roraima localizado na fronteira com a unidade de conservação de mesmo nome, por rios caudalosos, ilhas fluviais e praias de areia branca. A Serra do Aracá, rica em biodiversidade, possui fauna típica de regiões de montanha e floresta Ombrófila Densa (Montana e Submontana), abrigando grande diversidade animal e vegetal, na qual se destacam espécies de beija-flor e o pássaro galo-da-serra, de cor toda alaranjada, cogumelos azuis, bromélias, e algumas espécies de plantas novas para a ciência que foram coletadas no parque junto com espécies andinas registradas ali. A região apresenta alto potencial para o ecoturismo, não só pela beleza cênica, mas também por seus mananciais, com elevado número de espécies de peixes ornamentais.

 A porta de entrada é a cidade histórica de Barcelos, fundada em 1728 e primeira capital da província do Amazonas antes dela ser transferida para Manaus, conhecida por suas praias fluviais à beira do Rio Negro. Além de El Dorado, que é acessada pelo Planalto das Guianas, outras quedas d’agua chamam a atenção dos turistas e pesquisadores. Com mais de 200 metros de altura e paisagem de tirar o fôlego, as cachoeiras da Anta, do Boto, do Desabamento, do Cuieiras e da Surpresa garantem muita diversão em suas piscinas naturais. A caverna mais profunda do mundo com 671 metros de desnível, batizada de Abismo Guy Collet, está encrustada de forma misteriosa no meio da floresta Amazônica. Ali também ficam o Parque Nacional do Jaú e a área de Proteção Ambiental de Mariuá, considerado o maior arquipélago fluvial do mundo, com mais de 1400 ilhas.

Cachoeira do eldorado Foto Carlos Durigan

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